domingo, 24 de agosto de 2014

A AMAZÔNIA QUE EU VI - Gastão Cruls

Gastão Cruls (Rio de Janeiro, 4 de maio de 1888 — ibid., 7 de junho de 1959). Médico sanitarista, escritor, um dos fundadores da Editora Ariel. A família Cruls mudou-se para Petrópolis, onde estudou no Ginásio Fluminense de 1899 a 1902. Fiz faculdade de Medicina em Rio de Janeiro, formando se em Medicina em 1910, tendo se especializado em medicina sanitária. Nos anos de 1914 ou 1915 publica sob o pseudônimo de Sérgio Espínola seus primeiros contos. Seu livro de estréia Coivara foi lançado em 1920 pelo editor Castilho - Rio de Janeiro. Seu segundo livro, também de contos, Ao embalo da rede, de 1923, relata as cenas que vivera na Paraíba, como membro da Comissão de Saneamento Rural.

Era filho do astrônomo belga, Luís Cruls (1848-1908),  imigrante que conheceu Joaquim Nabuco, que o introduziu na sociedade carioca e que se tornou funcionário público do Império.

O livro A Amazônia Misteriosa, de 1925, foi escrita baseando apenas em vasta bibliografia sobre a região que é citada no livro. O enredo do romance também foi inspirado no livro The islanda of Dr. Moreau (Heinemann, 1896 - A Ilha do Dr. Moreau), de H. G. Wells, é importante marco para a literatura de ficção científica do Brasil, ganhou uma adaptação para histórias em quadrinhos e foi transformado em filme em 2005, com o título de Um Lobisomem na Amazônia.

Como funcionário do Serviço de Saneamento Rural, participou em 1928, da expedição do General Rondon no limites do Brasil com a Guiana Holandesa, que resultou no livro A Amazônia que eu vi, de 1930.

De 1931 a 1938, Gastão Cruls dirigiu o Boletim de Ariel, revista bibliográfica. Publicou em 1934 o romance Vertigem,em 1938 o livro de contos História puxa história, e em 1944 Hileia Amazônica. Em 1947, com o trabalho histórica Aparência do Rio de Janeiro, conquisto o Prêmio Vieira Fazenda. Deixou o cargo de médico sanitarista do Ministério da Educação e Saúde em 1939, quando foi nomeado Chefe da Divisão de Bibliotecas e Cinema Educativo da Prefeitura do Distrito Federal (em Rio de Janeiro).

Os últimos trabalhos literários de Gastão Cruls foram Antônio Torres e seus amigos de 1950 e o romance De pai a filho de 1954, que obteve o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, instituído pelo Pen Clube do Brasil.

Era também tradutor, entre outros, do livro Ciúme (francês) de René-Albert Guzman, A caminho da forca, de T.S. Matthews, Minha vida (inglês) de Isadora Duncan, Nijinsky, de Romola Nijinsky, Luxúria, de J. Kessel e As grandes expedições cientificas do século XX, de Charles Key.

Fonte: Wikipedia, Belgian Club Brasil 

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Edições - A Amazônia que eu vi - Óbidos - Tumucumaque

 

Gastão Crulz. A Amazônia que eu vi - Óbidos - Tumucumaque. 1 ed. Editora Anuário do Brasil. São Paulo. 1930. 362 p. 

 

 

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Gastão Crulz. A Amazônia que eu vi - Óbidos - Tumucumaque. Companhia Editora Nacional. São Paulo. 1938. 337 p. Serie Brasiliana, v. 113. Préfacio de Roquete-Pinto 

 

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Gastão Crulz. A Amazônia Que Eu vi Óbidos-Tumucumaque.  Coleção Brasiliana Série 5 v, 113. 3 Ed. ilus. rev.  acrescida de uma carta do General Rondon e de um índice remissivo. Acompanha pequeno Mapa do Rio Cuminá.  1945. 335 p.

 

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Gastão Crulz. A Amazônia Que Eu vi Óbidos - Tumucumaque.  Companhia Editora Nacional. São Paulo. Coleção Brasiliana Série 5 Volume 113. 4ª Edição.  1945. 331 p.

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Gastão Crulz. A Amazônia que eu vi Óbidos - Tumucumaque. Coleção Sagarana, v. 98. Livraria José Olympio - Instituto Nacional do Livro. Rio de Janeiro - Brasília.  5 ed.  1973. 188 p. Inclusos  Carta do General Rondon e Prefácio de Roquete Pinto.

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Análise do livro: A Amazônia que eu vi - Gastão Cruls 


Em 1928, o médico brasileiro Gastão Cruls participou de uma expedição pela Selva Amazônica. Resultado do contato com o interior do Brasil, surgiu a obra: A Amazônia que eu vi: Óbidos – Tumucumaque (1930). Sua experiência possibilitou a produção de um relato etnográfico, no qual a construção desse acervo etnográfico obteve perspectiva no campo da ciência sendo aclamado por sua erudição. Por meio da metodologia do “contextualismo linguístico”, entendemos que a produção de uma obra é um ato político expresso pelo sujeito através da ação linguística atrelada ao seu contexto de produção. Pretendemos compreender o diálogo com a literatura acerca do espaço amazônico, as influências que propiciaram a produção etnográfica, seu contato com os indígenas e por fim sua contribuição no campo da etnografia, destacando a relação das expedições científicas na produção de intelectuais. Gastão Cruls, não só produziu um relato dos povos que ocupavam o sertão Gastão Cruls, não só produziu um relato dos povos que ocupavam o sertão brasileiro, como também realizou registros de costumes, fotografias, nomes regionais de plantas e animais, dados geográficos, além de lendas e mitos que envolviam a construção do saber local, sem perder a dedicação à ciência. Dessa forma, as contribuições de sua etnografia não só produzem um discurso acerca dos Pianocotós, mas também corrobora diretamente a visão do sertanejo como agente do progresso e como estes contribuíram na inserção dos ideais da nação, explorando o interior do Brasil desconhecido, desbravando difíceis terrenos e cruzando rios: “Vê-se, mais uma vez, que se a terra é áspera, - o homem é teimoso e forte” (Roquete-Pinto, 1973). Por fim, a intencionalidade de Cruls se atrelou a própria concepção de ciência da época, contextualizando suas influências e interesses em construir uma obra que expressasse sua intensa experiência com a população e o espaço em que percorreu, retratando seu contato direto, expressado pelo autor no título da obra A Amazônia que eu vi.

Fonte: Cordeiro, M. V. (2018). “A Amazônia que eu vi”. Faces da História5(2), 47-63.

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Agosto de 2014 - Abril de 2020 

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