Hans Staden (Homberg (Efze), c. 1525 — Wolfhagen, c. 1579) foi um aventureiro mercenário alemão do século XVI.
Por duas vezes, Staden esteve no Brasil, onde participou de combates nas capitanias de Pernambuco e de São Vicente contra navegadores franceses e seus aliados indígenas e onde passou nove meses refém dos índios tupinambás. De volta à Alemanha, Staden escreveu "
História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América, Desconhecida antes e depois de Jesus Cristo nas Terras de Hessen até os Dois Últimos Anos, Visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a Conheceu por Experiência Própria e agora a Traz a Público com essa Impressão
": um relato de suas viagens ao Brasil que se tornou um grande sucesso editorial da época.
Fonte: wikipedia
Esta é a primeira edição e está disponível na Biblioteca Brasilian Guita e José Mindlin - USP
A primeira edição do livros de Hans Staden, teve tal sucesso, que foi pirateada no mesmo ano, numa edição lançada em Frankfurt. Que reproduz o texto original, mas foi ilustrada com as gravuras da Viagem ao Oriente de Varthema, publicada em 1556, que nada tem a ver com os indios (Fonte: Midlin, 1999)
Hans Staden. Warhaftige Historia und bescheribung eyner Landtschaft der Wildern, Nacketen, Grimmigen, Menschfresser Leuthen, in der Newenwelt America gelegen, vor und nach Christi geburt im Land. Gedruckt zu Frankfurt am Mayn durch Weygandt Han in der Schburgassen zum Krug. 1557.
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EDIÇÕES BRASILEIRAS
Hans Staden : suas viagens e captiveiro entre os selvagens do Brasil. Tradução: Alberto Löfgreen, Teodoro Sampaio. Edição commemorativa do 4º Centenário. Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Typ. da Casa eclectica. São Paulo. 1900
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Resumo: Esta é uma tradução direta em português a partir do texto original de 1557. No entanto, é a segunda feita na língua portuguesa. A primeira apareceu em 1892 na Revista do Instituto Histórico e Geographico do Rio de Janeiro, volume 55, parte 1, e tem por autor Alencar Araripe. As gravuras são reproduções fotográficas, em tamanho igual, das estampas do original.
Esta é edição está disponível na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - USP
http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/01737100
1930 - Viagem ao Brasil - 1ª Ed. - Academia Brasileira - Officina Industrial Graphica. Biblioteca de Cultura Nacional. Tradutores Alberto Löforen e Teodoro Sampaio. Rio de Janeiro.186 p.
Esta edição esta disponível online na Biblioteca Nacional - http://purl.pt/151
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1955 - Viagem ao Brasil - 2ª Ed. - Coleção Estudos Brasileiros - Série Cruzeiro, vol. 10. Livraria Progresso Editora. - Salvador - 273 p.
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1974 - Duas Viagens ao Brasil - ª Ed. - Ed. Itatiaia - Belo Horizonte - Brasil - 216 p. Tradução de Guiomar de Carvalho Franco / transcrito em alemão moderno por Carlos Fouquet. Introdução e notas de Francisco de Assis Carvalho Franco. Trata-se de "reprodução fac-similar da excelente tradução de Guiomar de Carvalho Franco.
Esta obra está dividida em duas partes. A
primeira narra a chegada do viajante ao país e sua captura pelos
índios. Organizada com muita objetividade, a narrativa envolve o leitor
com a sucessão de peripécias que compõem o relacionamento entre Staden e
os tupinambás. A segunda descreve, com precisão etnográfica, os nativos
e seu modo de vida, tornando o autor, juntamente com seu contemporâneo,
o francês Jean de Léry, uma das principais fontes históricas e
antropológicas acerca dos indígenas.
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2000 - Duas Viagens ao Brasil (Warhafrig Historia and Bescbreibung enner Landt) - 1ª Ed. - Ed. Beca - São Paulo - Brasil - 196 p. - 400 g.
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2005 - Hans Staden - Um Aventureiro no Novo Mundo - 1ª Ed. - Ed. Conrad - São Paulo - Brasil - 80 p. - 150 g.
Esta edição do texto clássico de Hans Staden é composta de um livro e de um CD-ROM. Optamos pela tradução de Alberto Löfgren, feita em 1900 a partir do original de Marburg de 1557. 'Tendo o ilustrado Dr. Eduardo Prado adquirido em Paris um exemplar, original da primeira edição de Marburg, de 1557, começamos a comparar este original com a tradução portuguesa e chegamos à conclusão de que talvez houvesse vantagem em dar uma nova edição deste livro tão interessante para a nossa história.' Alberto Löfgren
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2007 - Hans Staden - História de Duas Viagens ao Brasil - Warhaftige Historia Zwei Reisen Nach Brasilen (1548-1555 - Instituto Martius Staden - São Paulo - Brasil - Edição Bilingue. 409 p.
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1999. VERDADEIRA HISTÓRIA DOS SELVAGENS, NUS E FEROZES DEVORADORES DE HOMENS (1548-1555). DANTES EDITORA. 300 p. ISBN-13: 9788586488033. Tradutor. Pedro Süssekind.
Resenha:
"A
VERDADEIRA HISTÓRIA DOS SELVAGENS, NUS E FEROZES DEVORADORES DE HOMENS,
ENCONTRADOS NO NOVO MUNDO, A AMÉRICA, E DESCONHECIDOS ANTES E DEPOIS DO
NASCIMENTO DE CRISTO NA TERRA DE HESSEN, ATÉ OS ÚLTIMOS DOIS ANOS
PASSADOS, QUANDO O PRÓPRIO HANS STADEN DE HOMBERG, EM HESSEN, OS
CONHECEU, E AGORA OS TRAZ AO CONHECIMENTO DO PÚBLICO POR MEIO DA
IMPRESSÃO DESTE LIVRO "
Viagens
ultramarinas, naufragios, selvagens, lutas e canibalismo. Hans Staden
narra os acontecimentos com simplicidade e nos faz imaginar o Brasil do
séc.XVI, através do olhar dos primeiros que aqui estiveram. É um relato
cheio de peripécias nessa terra ainda desconhecida, cenário de aventuras
verídicas e extraordinárias.
Hans
Staden foi um arcabuzeiro alemão que fez duas viagens ao Brasil entre
1547 e 1555. A primeira foi num navio português que comercializava o
pau-brasil. Na segunda viagem o destino era o Rio da Prata. Essa
expedição foi interrompida pelo naufrágio do navio e de sua tripulação
em Santa Catarina. Hans Staden se salvou. Depois de longa jornada,
chegou em Bertioga e ficou encarregado de proteger o Forte Santo Amaro
das ofensivas dos inimigos. Mas um dia foi surpreendido pelos tupinambá.
Aliado dos franceses, esses índios eram canibais prontos para devorar
os portugueses que tentavam escravizá-los. Hans Staden foi confundido
com um português e passou nove meses em cativeiro entre os selvagens.
Durante todo esse tempo, ele viveu na tribo, observou os costumes
indígenas e usou de artimanhas para driblar aqueles que queriam
devorá-lo. Em 1555 voltou para a Europa num navio francês e escreveu o
livro.
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2013 - Duas Viagens ao Brasil - L & PM - Porto Alegre - Brasil. Coleção L & PM Pocket. 192 p. Tradução de Angel Bojadsen. ISBN 978.85.254.1733-6
Resenha: Duas vezes em meados do século XVI, o mercenário e arcabuzeiro alemão
Hans Staden (c. 1524-c. 1576) aportou nas costas do recém-descoberto
Brasil. A primeira, em 1549, passando por Pernambuco e pela Paraíba, e a
segunda, em 1550, quando chegou na ilha de Santa Catarina, dirigindo-se
posteriormente à capitania de São Vicente, no litoral sul do atual
estado de São Paulo. Na segunda viagem, como viera a bordo de um navio
espanhol, foi preso pelo governador-geral, o português Tomé de Sousa, e
em seguida capturado pelos índios tamoios, inimigos dos tupiniquins e
dos portugueses e aliados dos franceses. O jovem Staden viveu para
contar o que viu: paisagens virgens, riquezas inexploradas e a prática
ritual do canibalismo, do qual por muito pouco não foi vítima. O livro
com o seu relato foi publicado em 1557, em Marburgo, Alemanha, ilustrado
por xilogravuras anônimas (reproduzidas nesta edição) baseadas nas suas
descrições, e imediatamente tornou-se um best-seller em toda
Europa. Trata-se da mais acurada e impressionante descrição do banquete
antropofágico – o festim canibal praticado pelos povos Tupi. É, também
(junto à Carta de Pero Vaz de Caminha) umas das primeirissimas
reportagens realizadas sobre os povos que viviam no que viria a ser o
Brasil, um eletrizante relato feito por, como diz Eduardo Bueno no
prefácio, "um estrangeiro em um mundo estranho".
Fonte: L & PM
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2005 - Viagens e aventuras no Brasil - Melhoramentos. 96 p. Tradução de Luis Antônio Aguiar. ISBN 8506011744
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Aventuras de Hans Staden" é um livro infantil de autoria de Monteiro Lobato, publicado em 1927.
Monteiro Lobato havia publicado em 1925 o livro "Meu cativeiro entre os selvagens do Brasil", escrito pelo europeu Hans Staden, relatando o período em que havia sido prisioneiro dos índios tupinambás, no início do século XVI. Monteiro Lobato então lançou, em 1927, uma versão do mesmo livro, só que as aventuras são narradas por Dona Benta para os seus netos.
Monteiro Lobato havia publicado em 1925 o livro "Meu cativeiro entre os selvagens do Brasil", escrito pelo europeu Hans Staden, relatando o período em que havia sido prisioneiro dos índios tupinambás, no início do século XVI. Monteiro Lobato então lançou, em 1927, uma versão do mesmo livro, só que as aventuras são narradas por Dona Benta para os seus netos.
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Hans Staden, um alemão que fora aprisionado pelos tupinambás no
litoral fluminense, em 1554, depois de ter voltado para casa, escreveu,
provavelmente, um dos primeiros best-seller sobre o Novo Mundo. Sua
narrativa, tantas vezes editada entre nós, não só teve agora uma bem
ilustrada nova impressão, como serviu de roteiro para um filme que ora
ganha cartaz no Brasil inteiro.
Staden cai prisioneiro dos tupinambás |
Não satisfeitos em ameaçar devorá-lo a qualquer instante, os seus captores, depois de terem-no levado para a aldeia deles em Ubatuba, arrastavam-no para que presenciasse as cerimônias antropofágicas que realizavam. Certa vez, carregaram-no até a aldeia de Tiquaripe, perto de Angra dos Reis, para ver um dos seus inimigos ter a cabeça esmagada pelo ibirapema, o tacape de execuções. Logo em seguida, assistiu os restos do bravo serem rapidamente deglutidos pela tribo inteira, embriagada previamente com licor de raízes de abatí.
Staden, que miraculosamente retornou ao Hesse, registrou seus tormentos de prisioneiro dos nativos num livro maravilhoso para ler: Viagens e aventuras no Brasil(Wahrhaftige Historia, editado em Marburg em 1557). Porém, ele não foi o primeiro alemão a pôr os pés no Brasil. Houve ainda um outro, um tal de Ulrich Schmidel, um lansquenete que, em 1540, com um grupo de aventureiros a serviço dos espanhóis, embrenhou-se inutilmente na Amazônia, atrás da lendária tribo de mulheres guerreiras (façanha contada na História verdadeira de uma viagem curiosa feita por Ulrico Shmidel, editada em Frankfurt, em 1567).
Interessa, porém, observar, no que toca ao livro de Staden, as precauções que ele tomou na Alemanha para que acreditassem nele. A Europa do século 16, o grande século das navegações, estava cansada de ler ou ouvir relatos eivados em mentiras e absurdos diversos.
O descrédito das narrativas de viagem. A tal ponto tinha chegado a coisa, que Rabelais, o grande satírico francês, fazendo mofa do livro do padre cosmógrafo André Thévet (Singularitez de la France Antarctique, 1558), decidiu-se inserir na sua obra-prima, dois capítulos denunciando, pelo riso, o disparate das visões mentirosas que alguns viajantes tiveram no inexistente País de Cetim. Criou, também, como símbolo desses mitômanos, um personagem-caricatura, o "Ouvi-dizer", que, apesar de ser um velho, corcunda e paralítico, tendo a língua esfacelada em sete pedaços, narrava, com um mapa-múndi aberto à sua frente, as suas impossíveis aventuras para uma multidão de crédulos. Eram histórias de unicórnios, de mantichoros com corpo de leão e cara humana, de cabeçudíssimos catoblepos de olhos venenosos, de hidras com sete cabeças, de onocrotalos que imitavam gritos de asno, de pégasos, e de tribos de seres com cabeças de pássaros, ou até mesmo com duas cabeças, de povos fabulosos que andavam apoiados nas mãos, com as pernas balançando no ar! (ver o livro V de Gargantua e Pantagruel, de 1564)
Rabelais denunciou os exageros dos viajantes |
Certo dia, num descuido seu, os tupinambás, inimigos dos lusos, o maniataram, dando início então ao seu calvário. Amarrado e transportado por mar na piroga indígena, Staden fez de tudo para convencer seus captores de que ele não era um peros, um português, mas sim um mair, um francês, portanto um aliado deles. Conseguiu pelo menos deixa-los na dúvida. Afinal, os índios podiam matar alguém amigo. A alvura do alemão e sua barba loira devem tê-lo ajudado, pois os tupinambás, provavelmente, nunca tinham visto um português brancarrão como ele. Staden atribuiu a sua sobrevivência às rezas, o tempo inteiro, feitas com redobrado fervor.
Cena antropofágica: mulheres da tribo retalham o morto |
O que impressiona o leitor, é como Staden conseguiu manter um excelente poder de observação em meio aos perigos em que se encontrava. Deve-se a ele termos um relato em primeira mão da vida dos indígenas, com quem partilhou hábitos e costumes, privando com os seus cheiros, humores, e impudores. Não se trata das observações, quase que de rigor científico, como as do genebrino Jean Lery em sua passagem pelo Brasil, quando por aqui esteve na França Antártica de Villegagnon, em 1557. Oportunidade em que, visitando algumas tabas e conversando com os nativos, ao redor da baia da Guanabara, coletou material e assunto. De volta ao Velho Mundo, Lery publicou um ensaio que é considerado como um dos mais soberbos levantamentos etnográficos do Brasil: o Viagem a terra do Brasil, La Rochelle, 1578. Staden, ao contrário, viveu oito meses em meio aos seus captores. Afinal, os tupinambás tinham-no transformado num Ché remimbaba indé, num animal doméstico, que seu dono, o já referido Tubarão Grande, conduzia amarrado como um cão para todos os lados.
Staden apela inutilmente por asilo |
Zinca Wendt (Relatos quinhentistas sobre o Brasil, Berlim, 1993), demonstrou que o êxito da vendagem do livro de Staden , além das suas óbvias qualidades, e de transmitir ao leitor a permanente sensação de horror em vir-se a ser vítima do canibalismo, deveu-se largamente à mensagem religiosa que continha. O crente náufrago apareceu aos seus conterrâneos da Igreja Reformada, como alguém que escapara miraculosamente das garras do demônio, graças a sua fé protestante. Aliás, ao longo do livro, Staden reproduziu as orações e preces que fez aos céus para poder escapar aquele pesadelo. Portanto, a narrativa, também, serviu como uma poderosa arma na guerra travada ao longo do século 16, entre protestantes e católicos. A Nova Fé, derivada da rebeldia de Lutero, igualmente, era capaz de provocar milagres!
Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/index_hans.htm
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