O Valle do Amazonas, foi publicado originalmente em 1866, a obra é um estudo pioneiro sobre a livre navegação no Amazonas, estendendo-se por diferentes aspectos econômicos da região, como revela o subtítulo: estatística, produções, comércio, questões fiscais. Capítulos são dedicados aos países limítrofes Peru, Bolívia e Venezuela. O prefácio contém o decreto de abertura dos rios Amazonas, Tocantins e São Francisco à navegação internacional. Tavares Bastos é autor de outras três obras na coleção Brasiliana.
Tavares Bastos. O Valle do Amazonas. Garnier. Rio de Janeiro. 1ª Ed. 1866. 441 p |
Tavares Bastos. O Valle do Amazonas. Coleção Brasiliana, v. 106. Editora Nacional. São Paulo. 2ª Ed. 1937. 441 p |
Tavares Bastos. O Valle do Amazonas. Coleção Brasiliana, v. 106. Editora Nacional. Brasília. 3ª Ed. 1975. 441 p |
Tavares Bastos. O Vale do Amazonas. Coleção Rconquista do Brasil. Itatiaia. Belo Horizonte xª Ed. 2000. 203 p |
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BIOGRAFIA
Aureliano Cândido Tavares Bastos foi o João Batista do liberalismo no Brasil. Rui Barbosa, que o citou abundantemente, dizia que ele havia compassado todos os problemas políticos do país. No Vale do Amazonas defende a tese liberal, e no tempo temerária, da abertura do grande rio ao comércio internacional. Viu vitorioso o seu ponto de vista, embora os resultados não tenham correspondido à expectativa de progresso da região. Mas a argumentação que desenvolveu e os estudos profundos a que procedeu permanecem entre os grandes feitos da inteligência de seu tempo. Revelou a existência de uma geração capaz de equacionar os problemas nacionais dentro dos pensamentos dos grandes doutrinadores liberais contemporâneos. Na elaboração dos atos constitutivos da federação republicana seu nome é invocado constantemente como o doutor do liberalismo e do federalismo. Dele diz Raul Lima que conseguiu tratar os temas que versou com rigorismo de apreciação, "sem cair na chateza e aridez". Expondo, dissecando as questões, "não se afundou na frieza e na vulgaridade da palavra, que é sempre cálida e vigorosa". Por isso Fernando de Azevedo refere-se à sua "literatura substanciosa e enxuta". Observação importante de Raul Lima na introdução aos trechos escolhidos para a coleção Nossos clássicos é que os problemas que ele estuda são sempre encarados do ponto de vista universal, ou ao menos nacional. Ele não é um regionalista. Mesmo o caso da abertura do Amazonas é tratado menos como um caso local do que como um assunto que interessa à nação e à humanidade. O que o empolga é o homem em geral. Está empolgado pelos grandes pensadores de seu tempo: Montalembert, Guizot e, principalmente, Tocqueville, que recentemente voltou às estantes dos sociólogos e políticos, e é considerado um dos mais lúcidos observadores do fenômeno dos Estados Unidos. Atribui-se à influência deste autor o entusiasmo de Tavares Bastos pela intensificação das relações econômicas com a grande República do Norte. O pensamento dominante em todo este estudo é o progresso e a utilidade da medida proposta. "A sua missão resume-se em uma palavra: ser útil". Sua crença nas virtudes da liberdade está expressa no período final do prefácio: "O essencial, nós o possuímos. O pão de cada dia, o pão indispensável ao corpo social, isto é, a liberdade mantida pela ordem... Ora, quando um país goza da liberdade, todo progresso é possível, e onde nada embaraça o progresso, a revolução é impossível." Dele disse Vicente Licínio Cardoso que sua crítica política distingue-se de todos os apaixonados oposicionistas da época: Crítico formidável de todos os nossos males, escalpelador de nossas insuficiências orgânicas, vidente intimorato dos erros relativos à falta de uma consciência brasílica da própria terra que nos coubera no planeta, como berço cósmico de nossa nacionalidade.
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Aureliano Cândido Tavares Bastos (Cidade de Alagoas, 20 de abril de 1839 — Nice, 3 de dezembro de 1875) foi um político, escritor e jornalista brasileiro.
É considerado um precursor do federalismo, por sua luta contra a centralização administrativa durante o Segundo Reinado.
Biografia
Primeiro dos seis filhos de José Tavares Bastos e D. Rosa Cândida de Araújo, seguido por Américo (1840), Edméia (1842), Teonila (1843), Cassiano (1844) e Maria (1847). Formou-se em Direito na Faculdade de Direito de São Paulo, onde estabeleceu as suas primeiras relações políticas importantes: Ferreira Viana, Paulino de Souza e Gaspar da Silveira Martins, entre outros. Formou-se em 1858, aos dezanove anos de idade, doutorou-se em direito em 1859 e, em 1860, foi eleito deputado pela então Província de Alagoas. No ano seguinte, por discordar abertamente com o Ministro da Marinha, foi demitido do cargo de oficial da secretaria da Marinha. Publicou naquele ano, anonimamente, no Correio Mercantil, as Cartas do Solitário, cuja primeira edição em livro é de 1862. As Cartas tratavam de diversos assuntos, como a centralização administrativa, a abertura do rio Amazonas à navegação, a liberdade da navegação de cabotagem e as comunicações com os Estados Unidos.
Em 1864, Tavares Bastos foi reeleito deputado e participou da Missão Saraiva ao rio da Prata, como secretário. Em 1870, fez publicar o livro A Província, no qual combate eloqüentemente a centralização do poder público. Em 1872, publicou A Situação e o Partido Liberal e, em 1873, os Estudos sobre a Reforma Eleitoral. Em 1874, precisando tratar de sua saúde, fez a sua última viagem à Europa, onde veio a falecer, vítima de uma pneumonia. Seu corpo foi enterrado na cidade do Rio de Janeiro, onde viveu grande parte de sua curta existência, na tarde de 02 de maio de 1876.
Era partidário do liberalismo, o qual defendia à exaustão, segundo Raymundo Faoro, enquanto um dogma acentuando o caráter natural das leis do mercado e da livre iniciativa enquanto elementos desejados por toda a sociedade contra um Estado que extrapole os limites de sua atuação e acabe por "substituir a sociedade" na iniciativa produtiva.
Em suas ideias recebeu muitas influências do missionário norte-americano James Cooley Fletcher, além de pensadores tais como John Stuart Mill, Alexis de Tocqueville e Alexander Hamilton. Como tal defendia a separação do estado e igreja e inclusive a imigração de protestantes para a região1 .
Bibliografia
- MOURA, Clóvis. Dicionário da escravidão negra no Brasil. 2004
- PONTES, Carlos. Tavares Bastos (Aureliano Cândido, 1839-1875). 2.ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1975. (Coleção Brasiliana, 136)
Obras Publicadas
- Os males do presente e as esperanças do futuro (1861)
- Cartas do Solitário (1862)
- O vale do Amazonas (1866)
- Memória sobre a imigração (1867)
- A província: estudo sobre a descentralização no Brasil (1870)
- A situação e o Partido Liberal (1872)
- A Reforma eleitoral e parlamentar e Constituição da magistratura (1873)
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Biografia
PatronoTavares Bastos (Aureliano Cândido T. B.), advogado, jornalista, político e publicista, nasceu na Cidade das Alagoas, hoje Marechal Deodoro, AL, em 20 de abril de 1839, e faleceu em Nice, França, em 3 de dezembro de 1875. É o patrono da Cadeira nº 35, por escolha do fundador Rodrigo Octavio.
Era filho do bacharel José Tavares Bastos e de Rosa Cândida de Araújo. Fez os primeiros estudos com o pai, latinista e professor de filosofia, e concluiu os preparatórios em Olinda. Matriculou-se na Academia de Direito, em 1854, ano em que a antiga Faculdade de Olinda se transferiu para o Recife. No ano seguinte, acompanhou o pai, que fora nomeado presidente da província de São Paulo, e matriculou-se na Faculdade de Direito. Ali já se encontravam Lafayette Rodrigues Pereira, Silveira Martins, Paulino de Sousa, Ferreira Viana, Afonso Celso (pai), chegando, pouco depois, Tomás Coelho, Macedo Soares, Pedro Luís, entre outros. Ali participa ativamente das sociedades acadêmicas e colabora em revistas literárias e filosóficas, fazendo de Hegel o seu pensador predileto em matéria de estética. Recebeu o grau de Doutor em Direito em 1859; logo depois passou a residir no Rio de Janeiro, onde foi nomeado oficial de secretaria da Marinha, sendo exonerado do cargo em 1861, em represália contra o discurso que proferiu sobre os negócios da Marinha. Foi eleito deputado geral por Alagoas em três legislaturas, 1861-1863, 1864-1866 e 1867-1870, sendo na primeira vez, aos 22 anos de idade, o mais jovem deputado no Parlamento, eleito juntamente com José de Alencar, João Alfredo, José Bonifácio, o Moço, entre outros.
A imprensa e a tribuna parlamentar eram o veículo ideal para a defesa das suas idéias. Ainda em 1861 publicou o panfleto Os males do presente e as esperanças do futuro, com o pseudônimo de "Um Excêntrico". Sua carreira política foi marcada pela preocupação com as questões sociais e econômicas do seu tempo, sobretudo a escravidão, a imigração, a livre navegação do Amazonas, a educação, a questão religiosa. Tratava desses problemas nas Cartas que passou a publicar, sob o pseudônimo de "O Solitário", no Correio Mercantil, de Francisco Otaviano, reunindo-as nas Cartas do Solitário, publicadas em 1862.
Em 1864, participou da Missão Saraiva ao Rio da Prata, como secretário, o que deu motivo a grandes polêmicas na Câmara. Depois partiu para o Amazonas, em viagem de estudos e observações, de que resultou o seu livro O vale do Amazonas, publicado em 1866. No Parlamento, predominavam as discussões relativas à liberdade religiosa e à separação entre a Igreja e o Estado, à imigração e à reforma eleitoral e parlamentar. A ele é atribuído o panfleto Exposição dos verdadeiros motivos sobre que se baseia a liberdade religiosa e a separação entre a Igreja e o Estado, que apareceu em 1866, sob o pseudônimo de Melásporo. Em 1867, Tavares Bastos publica Reflexões sobre a imigração, faz oposição ao Gabinete Zacarias, deixando de ser deputado ao dissolver-se a Câmara em 18 de julho de 1868. Passa a dirigir o Diário do Povo, com Lafayette Rodrigues Pereira, e colabora com o jornal A Reforma do recém-fundado Clube da Reforma (1869). Em 1870, publica A Província, o seu livro mais importante e conhecido. É neste livro que ele se dedica a uma das suas idéias fundamentais: a da descentralização ou da federalização do Brasil, dando certa autonomia às províncias e acabando com o centralismo unitarista imperial, que as sufocava e lhes negava praticamente qualquer iniciativa.
Desinteressando-se de se candidatar mais uma vez, faz como escritor e jornalista a campanha pela reforma eleitoral. Em 1874, faz uma segunda e última viagem à Europa, com a esposa e a filha. Acometido de pneumonia, faleceu em 3 de dezembro de 1875, em Nice, no sul da França. Em 30 de abril de 1876, seu corpo chega ao Rio de Janeiro, a bordo do navio francês Henri IV, sendo então realizado seu enterro no Cemitério São João Batista.
Fonte: ABL
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