A poetiza, compositora e artista plastica, Messody Benoliel Benzecry, que assinava simplesmente - Mady, nasceu em Manaus em 19 de fevereiro de 1933, filha de Jacob Paulo Levy Benoliel e Rachel Benoliel. Foi casada com o escultor e pintor Eugênio Carlos de Almeida Barbosa Batista, juntos realizaram diversas obras e exposições (Batista e Mady).
Mady, publicou dois livros de poesia: De todos os crepúsculos (1964) e Sarandalha (1967). Sarandalha tem a capa e oito ilustrações de Moacir Andrade. Mady faleceu com 70 anos, na cidade do Rio de Janeiro, em 11 de junho de 2003. Deixou dois filhos Jacob Elias Benzecry (Elly) e Norma Nellie (1953 -2000) - Norminha.
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Sarandalhas 1967
Este livro foi dividido em quatro partes: A criação da Bahia, Baú de Infância, Cantilenas e Esparsas.
Baú de infância relembra sua infância em Manaus e dedica quatro poemas aos "doidos" folclóricos na década de 60 e 70 em Manaus: Bomba-lá, Macaxeira,Velha Saúva, Nêga Charuto, Mudinho Cazuza, Alfredo Lezo, a poetiza popular (Isabel Murtinho - a paçoca) e a Carmen Doida que também foi retratada por outros escritores: Thiago de Mello - Manaus - Amor e Memória. Rio de Janeiro: Philobiblion. 1984. 251 p. (Coleção Oficio de Viver, v.1). José Aldemir Oliveira. Cronicas da minha cidade. Letra Capital. 2017. 132 p.
A Carmem-Doida, era uma morena magra e alta, gostava de dançar na rua, sempre com um saco de estopa na mão e de andar de ônibus. Os estudantes quando chamavam - Carmem-doida, sempre tinha a pronta resposta: -É a tua mãe, filho da puta, vagabundo!
Num acidente ficou paralitica, mas foi cuidada por uma pessoa até o final da sua vida. Foi tema de uma reportagem do Jornal a Critica em 1977
Foto: Mady. Sarandalhas. 1967 |
Mady, publicou dois livros de poesia: De todos os crepúsculos (1964) e Sarandalha (1967). Sarandalha tem a capa e oito ilustrações de Moacir Andrade. Mady faleceu com 70 anos, na cidade do Rio de Janeiro, em 11 de junho de 2003. Deixou dois filhos Jacob Elias Benzecry (Elly) e Norma Nellie (1953 -2000) - Norminha.
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Sarandalhas 1967
Mady B. Benzecry. Sarandalhas (poemas). 1 ed. Ponguetti: Rio de Janeiro.1967. 117 p. |
Sarandalhas. Folha de rosto com dedicatória. Acervo - Amazoniana - Wenceslau Teixeira |
Este livro foi dividido em quatro partes: A criação da Bahia, Baú de Infância, Cantilenas e Esparsas.
Baú de infância relembra sua infância em Manaus e dedica quatro poemas aos "doidos" folclóricos na década de 60 e 70 em Manaus: Bomba-lá, Macaxeira,Velha Saúva, Nêga Charuto, Mudinho Cazuza, Alfredo Lezo, a poetiza popular (Isabel Murtinho - a paçoca) e a Carmen Doida que também foi retratada por outros escritores: Thiago de Mello - Manaus - Amor e Memória. Rio de Janeiro: Philobiblion. 1984. 251 p. (Coleção Oficio de Viver, v.1). José Aldemir Oliveira. Cronicas da minha cidade. Letra Capital. 2017. 132 p.
CARMEM-DOIDA
CARMEM-DOIDA! Gritava
a criançada da antiga
praça da prefeitura,
a Carmem-doida endoidava
mandava banana pra todos,
cuspia a dentadura
xingava a mãe e a família
da garotada e berrava
os piores palavrões…
Carmem-doida! E a tua mãe,
está no hospício também?
“No céu! Seus mizerentos
rebentos do Satanás,
na paz do Senhô, ela está!”
E ia ao “Juizado
de Menores” se queixar!
“Seu juiz, não é prussive,
tanta, tanta bandalheira,
eu sou muié de respeito
e não ardimito brincadeira!
A gente tem de acabá
com esses moleque de rua,
já é a quinta dentadura
que eles me faz quebrá,
entonces esta, foi cara,
ganhei ela de natar
e tinha um dente de ouro
bem na frente, seu dotô
eles tem de me pagá!”
E lá se iam dois guardas
a garotada autuar…
Um dia, foi no Natal
uma “vaquinha” correu
na praça da prefeitura
e Carmem-doida ganhou
um presente dos meninos
com cinco dentes de ouro
uma nova dentadura!
E desde então Carmem-doida,
muito mais doida, ficou…
(Sarandalhas, 1967, p. 37 - 39)
A Carmem-Doida, era uma morena magra e alta, gostava de dançar na rua, sempre com um saco de estopa na mão e de andar de ônibus. Os estudantes quando chamavam - Carmem-doida, sempre tinha a pronta resposta: -É a tua mãe, filho da puta, vagabundo!
Num acidente ficou paralitica, mas foi cuidada por uma pessoa até o final da sua vida. Foi tema de uma reportagem do Jornal a Critica em 1977
Fontes: Blog do Simão Pessoa - Carmem-Doida
Fonte: Blog de Lucio Bezerra - Carmem-Doida
Fonte: Amazonia na Rede - Os doidos de- Manaus
Fonte: Blog Taquiprati Manaus e a fabrica de loucos
Fonte: Blog de Lucio Bezerra - Carmem-Doida
Fonte: Amazonia na Rede - Os doidos de- Manaus
Fonte: Blog Taquiprati Manaus e a fabrica de loucos
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Cidade Flutuante
A Drummond de Andrade
Barracos de umbaúba,
soalhos de acapú,
esteios de acaricoara,
telhados de ubuçú.
Cortinas de céus bordados,
tapetes de muriré,
nimbados de espuma afloram,
serão frotas de Noé?
No manto líquido negro,
pardo, mesclado, barrento,
vomitam estampidos horrendos
dragões com asas de vento
e da garganta da noite
escapam berros medonhos,
elétricas espadanas
serão Dante, os demônios?
Barracos de umbaúba,
soalhos de acapu,
Veneza não tem teu verde,
nem o canto do sanhaçu!
Mulheres pantagruélicas,
misto de peixe e de gente
que grega mitologia
tem serva mais bela e ardente?
Caboclo forte e sem medo
de guerras, de vendaval,
que antiga couraça é mais rija
que a tua, de animal?
O teu corcel é canoa,
com rédeas de pixiúba,
teu capacete de aço,
é chapéu de carnaúba
E tu menino macrôptero,
mais gordo que um matrinchão
quantas estrelas tu fisgas
nas pontas do teu arpão?
Barracos de umbaúba,
soalhos de acapu,
Veneza não tem teu verde,
nem o canto o irapurú
Veneza não tem palmeiras,
Veneza não tem teu azul,
Veneza não tem tua gente
nem o canto do Sanhaçu!
Cidade Flutuante - Ilustração para o poema de Moacir Andrade. Sarandalhas.1967 |
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A artista plastica - MADY
Juntamente com Eugênio Carlos de Almeida Barbosa (Batista) Mady participou de diversas exposições no Brasil e exterior. Assinavam obras conjuntas como BATISTA & MADY
Batista e Mady vida e obra: embaixadores da alma brasileira. Mario Margutti. Rio de Janeiro: Lucky, 2003. 212 p. |
Batista e Mady. Mario Margutti. |
Mady |
Mady |
O descobrimento do Brasil - 500 anos. Batista & Mady |
Tenho duas obras de Mady, de 1984: São Francisco de Assis e as Freiras. Gostaria de saber os valores das obras dela.
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