sábado, 24 de maio de 2014

Série livros sobre a Amazônia - O ÚLTIMO DA TRIBO - Monte Reel

Monte Reel. O último da tribo: a epopeia para salvar um índio isolado na Amazônia. Trad. Marcos Bagno. Companhia das Letras. 2011. 272 p.   ISBN 9788535919677



Sinpose:
O relato desta aventura parte de uma história real e recente: a descoberta, em 1996, de uma tribo composta de um único índio. Ele vivia em pequenas ocas que construía com madeira e folhas de palmeira, e ao lado delas, no chão, sempre havia um misterioso buraco retangular.
Numa região de Rondônia onde a floresta amazônica rapidamente cedia espaço para as fazendas, e onde se sabia que fazendeiros assassinavam índios para não perder propriedades para as reservas, era urgente proteger esse homem.
Porém, para garantir a criação de uma reserva, a equipe da Funai conhecida como Frente de Contato tinha de saber mais sobre o índio solitário. Era preciso definir, entre outras coisas, a tribo de origem, os costumes e a língua dele. Tudo isso sem usar a força e correndo o risco de levar flechadas. Caso contrário, nada poderia ser feito.
Trava-se então uma longa batalha com várias frentes de combate: as buscas em meio à selva; o difícil contato com o índio arisco, que não admitia a aproximação dos desconhecidos; os fazendeiros com seus capangas e advogados; e o emaranhado da burocracia dos órgãos oficiais em Brasília.

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O Indígena da Terra Tanaru: símbolo da resistência de um povo quase extinto

Um único indígena, remanescente de uma etnia desconhecida, ameaçado pelo Complexo do Madeira, se abriga e sobrevive da floresta amazônica, fugindo de qualquer forma de contato com outra cultura. O legado do seu conhecimento ancestral será reconhecido, no futuro, apenas pelos vestígios que deixará. Fonte:Telma Delgado Monteiro

Estudos feitos pela Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé em colaboração com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) confirmaram a presença, na Terra Indígena Tanaru, de um único indivíduo, remanescente de uma etnia de povo indígena isolado, nômade, que sobrevive no interior da floresta e que representa um verdadeiro símbolo de resistência. Ele é conhecido vulgarmente como Índio do Buraco devido à forma como se abriga, usando uma cova cavada no centro da maloca (foto).

Indígenas isolados ou em isolamento voluntário são aqueles sobre os quais se tem pouca ou nenhuma informação. Os povos indígenas em isolamento voluntário evitam qualquer contato com a sociedade e buscam seu isolamento no interior das florestas tropicais de difícil acesso. Eles defendem seus territórios e protegem a biodiversidade de regiões intactas dentro da Amazônia e, ao permanecerem em isolamento voluntário, garantem a preservação dos recursos naturais indispensáveis a sua sobrevivência.
Aidentificação dos seus territórios e a promoção de mecanismos que possam tirar de risco de extinção esses povos, são tratadas, ainda, de forma tímida pelos governos dos países da Amazônia. Em 2006, foi realizado em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, um seminário para tratar especificamente dos isolados e de formas de proteção e reconhecimento dos seus direitos.


















































Peru e Brasil já fizeram algumas propostas de construção de um arcabouço jurídico, com sistemas de proteção e prevenção para garantir os direitos específicos dos povos indígenas e que possam, em tempo, conter a situação de debilidade crescente que os aflige. Ficou claro no seminário de 2006, ser necessário promover formas de sensibilização da comunidade internacional e mostrar as situações de violações de territórios indígenas de povos não contatados. A fragilidade desses povos diante da violação dos seus direitos causada pelo atual modelo de desenvolvimento, felizmente começa a ganhar maior espaço nas discussões dentro dos organismos de proteção dos direitos humanos e da sociedade civil.

































Neste momento é preciso ainda identificar e suprir a ausência de marcos legais, institucionais e de políticas públicas que visem garantir a “proteção física, cultural e territorial dos povos indígenas isolados e em contato inicial”. A proteção desses povos requer, principalmente, o compromisso dos governos e das diferentes instâncias governamentais no implemento de ações concretas que levem a resultados eficazes e em curto prazo. É importante reforçar os mecanismos legais e administrativos que garantam e potencializem o reconhecimento dos direitos fundamentais dos povos indígenas em isolamento ou em contato inicial. Direitos específicos como o direito à autodeterminação, ao território próprio, à sua cultura e modo de vida e ao seu desenvolvimento têm que ser reforçados com medidas imediatas de proteção para evitar as agressões de que estão sendo alvo.







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